sábado, 10 de outubro de 2015

É que o dia me disse...


O dia acordou já me dizendo: "Não levante da cama, menina boba..." - Coisa da minha cabeça - pensei eu. Sempre gostei de dias nublados, chuvosos ou apenas aquela garoa que te faz se sentir muito bem e confortável no sofá com o edredom assistindo à qualquer coisa. Mas hoje não, hoje o dia não estava tranquilo e sonolento. Estava pesado. Um calor abafado, como num cômodo com um forno ligado, e lá fora... vento. Decidi levantar e tomar um banho. Tentar tirar no chuveiro, aquele peso estranho, aquele acumulado sentimentos. Sentia que estava sozinha, sabia que não estava sozinha.
Múltiplas sensações me vieram a tona.

Questionei a mim mesma o porque daquilo. Afinal,  a gente atrai o que a gente quer.
Fiz um café, sentei na mesa e ouvi da sala a televisão: "Hoje teremos um longo dia nublado." Fui para sala, pensando em meus pais, em que conquistei, meus irmãos, será que o que tenho é realmente meu? Ah, jornal! O mundo está um caos. Prefiro desenhos. Porém nada me satisfazia.
Ainda me sinto mal, é como se nada mais fizesse sentido pra mim, busquei, corri, suei mas não saí do lugar. Ontem mesmo me sentia são segura de mim mesma, confiante, com sentido. Hoje nada mais faz sentido, me sinto só e perdida.

Fiz um coque bagunçado, coloquei um vestido leve, uma sapatilha, meu óculos de sol e fui ao parque. Não estava chovendo, apenas garoando. Minúsculas gotas de chuva caíam sobre as folhas e não faziam o menor peso sobre elas, até que quando, de pouco em pouco, a folha encharcou-se e resultou em umas gotas grandes e pesadas. E novamente lá estava a folha renovada, com o peso leve da garoa sobre ela, que repetia tudo novamente. Sinceramente, senti-me como a folha. Eu precisava mesmo era derramar as pequenas gotas que estavam sobre minhas costas e me recompor para novas experiências.

Voltei para casa tranquila, tornei a me deitar sobre o som leve da garoa mais extensa que se formou. Não era nem tarde, mas já me sentia disposta a dormir como se o dia tivesse sido cheio de exercícios. Talvez tivesse sido mesmo. Exercícios e lutas interiores. Destruíram-me por dentro, mas cá estou eu. Juntando cacos, sendo lavada pelo barulho da chuva...
O dia? Continua nublado. Mas não mais sem sentido.
E eu? Passei o dia na cama, repousando minh'alma, meu corpo, minha mente... É que o dia me disse: Não levante da cama, menina boba...

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